Caracas, 02 Ago (Inforpress) – O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, reiterou o seu apoio incondicional ao líder líbio Muammar Kadhafi, ao vincar que não reconhecerá o Conselho Nacional de Transição por considerar que isso “destruiria” as bases do direito internacional.
“Nós condenamos, não só não reconhecemos, esse Conselho de Transição", afirmou Chávez na segunda-feira ao acrescentar que "uma parafernália de países europeus e outros reconheceram um grupo de terroristas".
"São terroristas e ainda os reconhecem e dão-lhes legitimidade. Isso viola e destrói as bases do direito internacional, é muito perigoso”, declarou o presidente venezuelano numa reunião com ministros, transmitida pelas rádios e televisões do país, em que sublinhou ainda ter dito a vários presidentes que “amanhã pode ser qualquer um de nós”.
“Não podemos tolerar, condenamos categoricamente com toda a força da nossa moral bolivariana e revolucionária e fazemos um apelo à reflexão, aos países que reconheceram isso”, disse.
Por outro lado, questionou, que faria a Espanha se surgisse um conselho de transição na Praça do Sol, se ocorresse violência e chegasse um grupo de países a reconhecer esse conselho, ou o presidente dos Estados se surgisse alguma situação produto da crise e a Venezuela reconhecesse um governo de transição.
“Não o faríamos porque temos de ser respeitadores do direito internacional, da legitimidade reconhecida das nações e governos, independentemente das suas origens, gostemos ou não”, disse.
Fazendo referência a uma carta enviada pelo presidente líbio, Chávez deu as “graças a Muammar Kadhafi, onde estiver a resistir a uma nova agressão imperial": "Que Deus te cuide e dê saúde e vida ao povo líbio”, acrescentou.
O Ministério de Relações Exteriores da Venezuela emitiu na segunda-feira um comunicado a informar que o secretário do Comité Popular Geral de Finanças e Planeamento da Líbia, Abdul Hafid Al Zleitni, esteve em Caracas, como enviado especial de Muammar Kadhafi e portador de uma mensagem para Hugo Chávez.
“Al Zleitni, viajou acompanhado por Muammar Zydan, secretário do Comité Popular Geral de Comunicações e Transporte, manteve uma reunião de trabalho com o ministro dos Negócios Estrangeiros, Nicolá Maduro, durante o qual analisaram os cenários decorridos da guerra ilegal que conduz a Nato contra o povo líbio”, explica a nota.
O documento sublinha ainda que “o governo venezuelano reiterou o seu apoio incondicional à causa legítima do povo líbio e do seu líder Muammar Kadhafi”.
Entretanto, o Departamento de Estado norte-americano recomendou a Hugo Chávez que peça a renúncia de Muammar Kadhafi.
“Esperamos que lhe recomende retirar-se”, disse Mark Toner, porta-voz daquele departamento numa conferência de imprensa.
Venezuela: Hugo Chávez reiterou apoio incondicional a Kadhafi
02-08-2011 13:52