Um dia igual aos outros. Ou não.

11-09-2011 23:52

 

 

 

Às 08h46 (hora dos EUA), o aparelho que opera o voo 11 da American Airlines embate contra a torre norte do World Trade Center. O mundo para. Morrem as 92 pessoas que seguem a bordo e muitas outras que se encontravam entre os andares 95º e 103º do edifício.

Era um dia como todos os outros.

6:30 - O Presidente George W. Bush faz cerca de 5 quilómetros de corrida num resort turístico na Flórida.

Em Boston, pouco antes das 08h00, hora local, um Boeing 767-223ER descola do aeroporto internacional de Logan, em Massachusetts, com destino a Los Angeles. A esta hora, muita gente circula nas ruas das cidades norte-americanas, mas a maioria já começou o dia de trabalho.

Às 08h48, o aparelho que opera o voo 11 da American Airlines embate contra a torre norte do World Trade Center. O mundo pára. Morrem as 92 pessoas que seguem a bordo e muitas outras que se encontravam entre os andares 95º e 103º do edifício. Àquela hora, outros três aviões sequestrados seguem já no ar, como balas projectadas por Osama Bin Laden contra os alvos definidos meses antes: o World Trade Center, a Casa Branca e o Pentágono.

O embate das 8h48 foi o primeiro daquele que foi o dia mais sangrento da história recente dos Estados Unidos. Ao comando do aparelho estava o egípcio Mohamed Atta, que, minutos antes da colisão, tentou contactar a cabine, mas enganou-se e comunicou com os controladores aéreos: "Tomámos alguns aviões. Fiquem calmos e tudo acabará bem". Mohammed Atta fazia-se acompanhar de outros quatro terroristas procedentes de uma célula saudita da Al-Qaeda.

08:55 - A Autoridade Portuária de Nova Iorque, que gere o World Trade Center, emite um aviso sonoro para os ocupantes da torre sul, indicando que não há necessidade de evacuação: "A torre 2 está segura."

À Medida que o voo 175 da United Airlines se aproxima de Manhattan, os passageiros conseguem comunicar por telemóvel e várias mensagens ficam gravadas antes do segundo embate.

Minutos depois, o segundo ato de um auto longe do fim. São 09h03 e televisões de todo o mundo difundem a notícia da primeira colisão. O embate do segundo aparelho na torre sul é transmitido em directo e não deixa margem para dúvidas. Dois aviões a chocar contra dois edifícios do mesmo complexo não podem ser um acidente. Os Estados Unidos estão a ser alvo de um ataque terrorista.

No voo 175 da American Airlines viajam 65 pessoas. O avião partiu igualmente de Logan, dois minutos antes do primeiro. Marwan al-Shehhi, que estava aos comandos do aparelho, era amigo íntimo de Mohammed Atta. Ambos tinham estudado em Hamburgo, local onde os planos traçados para aquela terça-feira, 11 de Setembro, começaram a ganhar os primeiros contornos.

Era já tarde demais para se tomar qualquer medida extraordinária de segurança. Os outros dois aviões estavam já no ar; os quatro aparelhos envolvidos no ataque terrorista do 11 de Setembro descolaram todos no espaço de 44 minutos, entre as 07h58 e as 08h42. Ao todo, foram 19 os suicidas que perpetraram os atentados gizados anos antes por vários membros da Al Qaeda.

09:05 – George W. Bush recebe a notícia do segundo embate.

Sete minutos depois, dois aviões caça F-15 descolam da base militar de Otis e dirigem-se para Manhattan. O espaço aéreo de Nova Iorque é fechado. A evacuação prossegue em ambas as torres. Mas no edifício norte todas as três saídas de emergência estão destruídas pelo impacto. Na torre sul, só uma passagem acima da zona de embate é transitável, mas com dificuldade. Apenas 18 pessoas conseguem escapar.

Às 9h37, o terceiro avião, um Boeing 757, choca contra o edifício do Pentágono, onde funciona a sede das forças armadas norte-americanas. O voo 77 descolou do aeroporto de Dulles, em Washington, eram 08h10. O embate provocou o colapso dos cinco andares de uma parte do edifício e a morte de 254 pessoas.

Um minuto antes, o vice-Presidente norte-americano Dick Cheney é retirado da sua residência na Casa Branca e protegido num bunker da Guerra Fria.

O único aparelho a falhar o alvo é o voo 93 da United Arlines. Descola do aeroporto de Newark às 08h01 com destino a São Francisco e despenha-se numa zona rural da Pensilvânia, a 128 quilómetros de Pittsburgh, às 10h03, após uma luta no cockpit entre piratas aéreos e passageiros. Aos comandos do aparelho seguia Ziad Jarrah, outro membro daquela que ficou conhecida como a célula de Hamburgo. No avião estavam outros três terroristas.

Morreram 45 pessoas, incluindo cinco assistentes de bordo e dois pilotos. Acredita-se que o alvo dos terroristas seria a Casa Branca, em Washington, embora essa informação nunca tenha sido confirmada.

A Casa Branca é evacuada às 09h45. Simultaneamente, ordena-se a evacuação da sede das Nações Unidas em Nova Iorque, onde estavam 4700 pessoas, e a saída dos sete mil trabalhadores das sedes da Unicef. A Autoridade Federal de Aviação manda aterrar todos os aviões no espaço aéreo norte-americano. A Casa Branca, o Capitólio e todos os edifícios das principais instituições federais norte-americanas são evacuados.

09:59 - A torre Sul do World Trade Center desmorona-se em dez segundos, matando 600 pessoas, entre trabalhadores e pessoal de socorro no local.

Às 10h24, a direcção Federal de Aviação informa que todos os voos transatlânticos com destino aos EUA serão desviados para o Canadá, dando instruções para que sejam abatidos todos os aparelhos que entrem em espaço aéreo de Washington.

Quatro minutos depois, às 10h28, a outra torre do World Trade Center colapsa. Mil e quatrocentas pessoas perdem a vida.

10:45 - Todos os edifícios federais em Washington são evacuados e o presidente da Câmara de Nova Iorque, Rudolph Giuliani, pede aos habitantes da cidade que permaneçam nas suas casas e dá ordens para que a zona baixa de Manhattan seja evacuada.

Às 12h05, é declarado estado de emergência nos EUA. Meia hora depois, descobre-se que treze elementos das operações de socorro e um ocupante da torre norte sobrevivem miraculosamente à queda de uma das torres, graças a uma escadaria que resistiu e protegeu o grupo como um escudo. Todos os esforços de ajuda, das autoridades e voluntários, concentram-se no Ground Zero.

16:05 - Fontes do Departamento de Estado apontam pessoas próximas do líder da al-Qaeda, Osama bin Laden, como responsáveis pelos atentados.

Hora e meia depois, o edifício 7, de 47 pisos, do World Trade Center, cede após várias horas de incêndio. Não provoca vítimas mortais.

17:50 - A televisão iraquiana classifica os ataques contra as torres gémeas como “a operação do século” e diz que os Estados Unidos os mereciam pelos crimes que cometeram.

Dez minutos depois, mísseis começam a atingir Cabul. a capital do Afeganistão. Mais tarde, o grupo "Aliança do Norte" - Frente Islâmica Unida para a Salvação do Afeganistão -, envolvido na guerra civil com o regime Talibã, reivindica o ataque.

No dia seguinte, o Presidente Bush embarca no avião presidencial - Air Force One - e viaja por parte incerta.

Ao final do dia, fala à nação a partir da Casa Branca e promete punir o inimigo: “Hoje, os nossos cidadãos, o nosso modo de vida e a nossa liberdade foram atacadas… Os ataques terroristas podem abalar as fundações dos nossos edifícios, mas não atingem as fundações dos Estados Unidos. Estamos a procurar os autores deste ato e não vamos fazer distinção entre os que o cometeram e os que os protegeram.”

“Os atentados não foram apenas terrorismo, foram actos de guerra”, afirma o Presidente George W. Bush. À tarde, Genelle Guzman-McMillan é resgatada com vida dos escombros e é última sobrevivente encontrada no Ground Zero.

13 de Setembro – Osama Bin Laden é apontado com o principal suspeito de orquestrar o atentado.

Dois dias depois, Bush anuncia: “Estamos em guerra”.

16 de Setembro - Tony Blair declara “guerra ao terrorismo” e dá início a uma maratona diplomática para reunir consenso em torno de uma intervenção militar no Afeganistão.

19 de Setembro - Termina o prazo para os talibãs entregarem bin Laden.

Centenas de aviões de guerra norte-americanos dirigem-se para bases estrangeiras no Médio Oriente e Ásia Central.

A operação é chamada “Justiça Infinita”. 7 Outubro - Arranca o ataque ao Afeganistão, antes de anoitecer. A operação “Liberdade Duradoura”, contra os talibãs e a Al Qaeda, envolve o recurso a 40 aviões, 50 mísseis Tomahawk e forças terrestres.