Três pessoas indiciadas por crime forjado com ketchup

25-09-2011 22:18

 

 

 

Um inédito crime que envolveu amor, ciúme  e ketchup colocou, esta semana, o pacato município de Pindobaçu, na Bahia,  nas páginas dos jornais brasileiros. 

 

 

 

https://sicnoticias.sapo.pt/incoming/2011/09/25/ketchup1.jpg/ALTERNATES/w620/KETCHUP1.jpgSegundo as investigações policiais, depois de o marido a ter traído  com outra mulher, a reformada Maria Nilza Simões decidiu que queria ver a sua rival morta e, em junho último, contratou o ex-presidiário Carlos  Roberto de Jesus para cometer o crime. 

Desempregado e sem dinheiro, Carlos Jesus aceitou executar o plano em  troca de 1.000 reais (390 euros). No entanto, quando estava prestes a praticar  o crime apercebeu-se que era amigo da vítima: a dona de casa Eronildes Aguiar  Araújo, mais conhecida como "Lupita". 

Sem denunciar quem o contratou, Carlos Jesus decidiu forjar o assassinato  com o consentimento da vítima. 

Assim, numa floresta próxima da localidade, amarrou "Lupita", com os  olhos vendados, e para dar mais credibilidade ao crime, Carlos Jesus usou  dois tubos de ketchup para tingir de vermelho a camisola branca da dona  de casa -- hoje alcunhada de "mulher-ketchup" na sua cidade. A arma escolhida  para a simulação foi uma grande faca. 

A prova do crime, uma fotografia registada no telemóvel de Carlos Roberto  de Jeus, convenceu Maria Nilza que acabou por entregar o dinheiro ao ex-presidiário  pelo 'serviço' prestado. 

Dias depois, porém, Maria Nilza cruza-se com a sua rival numa feira  e percebe a farsa. Procurou então a delegacia da cidade e acusou Carlos  Roberto de roubo. Mas o depoimento acabou por revelar a mentira. 

Agora, o grande mistério para a população de Pindobaçu é perceber como  é que a reformada traída não viu que, na foto mostrada, a faca estava claramente  cravada no espaço entre o braço e o corpo de "Lupita". 

"Para mim, essa faca na axila dela não convence", disse à Agência Lusa  o delegado titular de Pindobaçu, Marconi Almino de Lima. No entanto, admitiu  que para um leigo no assunto "até dá para achar que ela foi morta". 

O delegado deverá encerrar o inquérito na próxima semana e enviar o  caso para a Justiça. Segundo Almino de Lima, Lupita e Carlos Roberto deverão  ser indiciados por burla e apropriação indevida, já que enganaram Maria  Nilza para ficar com o dinheiro. 

E, como o assassinato não foi consumado, a reformada poderá responder  por ameaça de morte e falsa comunicação de crime.  

"Em todo o meu tempo de polícia, é a primeira vez que vejo um caso desta  natureza", diz o delegado, que define Pindobaçu como uma "cidade pacata".

"Aqui só ocorrem problemas quando a serra está a produzir diamantes,  o que atrai pessoas de outros locais", contou. 

A cidade tenta, agora, tirar proveito da 'fama'. O prefeito Hélio Palmeira  já deu declarações à imprensa da região em que considerou "positiva" a divulgação  do episódio, pois "afinal de contas, não houve violência, nem morte". 

"Pelo menos está a tornar Pindobaçu uma cidade conhecida", declarou.