Roubo de energia no pais acarreta rombos de cerca de três mil contos diários à Electra - PM

21-07-2011 21:00

 

 Cidade da Praia, 21 Jul (Inforpress) - O primeiro-ministro, José Maria Neves, afirmou esta quarta-feira na Cidade da Praia, que “o roubo de energia eléctrica tem acarretado rombos de cerca de três mil contos diários à Electra, afectando a saúde financeira dessa empresa. 


José Maria Neves, que falava no acto de lançamento da primeira pedra do Centro de Formação Profissional em Energias Renováveis, disse também, que a crise na Electra está relacionada com a gestão da empresa e o não pagamento da iluminação pública. 

O problema da energia, também “tem a ver com um grande défice de cidadania”, afirma o primeiro-ministro, referindo-se ao hábito de roubo de energia que já se instalou em todo o território nacional, sobretudo na Cidade da Praia.

“Há ainda que exigir que as pessoas paguem as facturas sob pena de haver cortes de energia e se for necessário, que se faça imediatamente”, defende.

O roubo de energia é, portanto, uma luta de todos, pois que coloca em risco todo o sistema de energia, lembrou o governante, aproveitando para se referir à manifestação na última de terça-feira, 19, na Praia, liderada pela associação cívica Pró-Praia, cujos representantes estiveram também no Palácio do Governo para entregar o seu manifesto ao primeiro-ministro.

José Maria Neves reconhece que a manifestação visava demonstrar o descontentamento face à situação de crise de energia que os praienses têm vindo a enfrentar nos últimos dias na Cidade da Praia e um pouco por todo o país.

Uma situação que, segundo disse, também o “angústia enormemente”. A esse respeito, sublinhou que apesar dos grandes investimentos a serem feitos em matéria de energia, a situação ainda não está resolvida.

O primeiro-ministro disse entretanto que não foge às suas responsabilidades, enquanto chefe do Governo, e sublinha que “a culpa não pode morrer solteira”.

Garante, no entanto, que o Governo e o Estado terão de fazer a sua parte, por exemplo, continuando a investir no seu projecto de sustentabilidade do sistema energético com o aumento da penetração de energias renováveis.

Mas também,” reprimindo lá onde for necessário”, lembra, exigindo responsabilidades a todos os níveis em termos de gestão da empresa e às pessoas nos diferentes bairros do país”.

“É preciso que se tomem acções, mesmo que signifique cortar a luz nas casas e nos bairros onde há uso ilegal de energia, e que se faça isso imediatamente”, reforça.

O défice na iluminação Pública (ninguém paga), é outro grande cancro para a Electra, significando, até o momento, um rombo de mais de 500 mil contos e que tem de ser resolvida, disse, José Maria Neves, sustentando que há necessidade de se melhorar a   legislação de modo a permitir uma maior acção no sentido de  se resolver esses problemas.

“Num desses dias convocarei uma manifestação dos governantes e de outras instituições que trabalham na problemática da cidadania, para fazermos também uma grande manifestação em Cabo Verde, de promoção da cidadania e de respeito pelos equipamentos públicos e investimentos que são feitos em defesa do interesse público”, enfatizou.  JL Inforpress/Fim