Cidade da Ribeira Grande, 28 Jul (Inforpress) – O candidato presidencial Jorge Carlos Fonseca pediu hoje aos santantonenses que escolham a sua candidatura por ser “a única que pode evitar que o PAICV controle todo o sistema de poder” em Cabo Verde.
De acordo com Jorge Carlos Fonseca, numa democracia ainda fraca como a cabo-verdiana, “é perigoso entregar todo o poder a um só partido” e, por isso, se for eleito Presidente da República, quer ser a “ponte” entre os diversos poderes instituídos no país e funcionar como factor de equilíbrio e como força de moderação.
Para o candidato apoiado pelo MpD a sua eleição deverá servir para evitar a hegemonia do PAICV mas esclarece que, embora pretenda ser “um Presidente actuante”, não fará nunca o papel de “chefe da oposição” nem de “inimigo do primeiro-ministro”, mas também não pretende ser um “compincha” do chefe do Governo.
“Colaborarei com o governo sempre que for necessário mas não hesitarei, um minuto, em chamar a atenção do executivo sempre que se justificar”, garantiu Jorge Carlos Fonseca, que falava no comício na cidade da Ribeira Grande depois de, momentos antes, ter deixado idêntica mensagem à população do Paul.
Na cidade das Pombas Jorge Carlos Fonseca, recebeu a manifestação pública de apoio à sua candidatura por parte do antigo primeiro-secretário do PAICV no Paul e actual deputado municipal na bancada do PAICV, Jorge Andrade, que envergou a camisola encarnada de Jorge Carlos Fonseca e subiu ao palco para expressar o seu apoio ao candidato apoiado pelo MpD.
As críticas aos adversários esteve a cargo do vice-presidente do MpD, Jorge Santos, que considerou que Manuel Inocêncio Sousa e Aristides Lima são ambos candidatos do PAICV, fruto de lutas internas pela liderança daquele partido.
Jorge Santos criticou a actuação desses dois candidatos durante o exercício das suas anteriores funções, considerando, por isso, que os dois candidatos não reúnem condições para serem Presidente da República.
A polémica sobre o assassinato de Amílcar Cabral foi também levantada por Jorge Santos que exige ao primeiro-ministro que denuncie esse ou esses assassinos porque, conforme disse, lugar de assassinos é na cadeia, mas questionou a oportunidade da declaração do primeiro-ministro já que em seu entender essa declaração não tinha espaço durante a disputa presidencial.
No final do comício, o candidato Jorge Carlos Fonseca, acompanhado da esposa, do vice-presidente do MpD e de vários apoiantes visitou a sede local da sua candidatura.