Posição geográfica do país privilegia ameaças e tráfico de armas - Marisa Morais

21-07-2011 21:04

 Cidade da Praia, 21 Jul (Inforpress) – A ministra da Administração Interna, Marisa Morais, admitiu, hoje, na Cidade da Praia, que a posição geográfica de Cabo Verde é responsável pela fragilidade do país face às ameaças e tráfico de armas. 


Marisa Morais, que falava no Atelier de Socialização do Plano Nacional de Acção da Comissão Nacional de Armas Ligeiras e de Pequeno Calibre (COMNAC), onde foi revelado que há uma média de seis mil armas a circular no país, disse ainda que a posição geográfica do país “coloca-nos no centro de vários tráficos”. 

As armas, segundo a governante, chegam à África nos vários sentidos e, por isso, há necessidade de se controlar os limites fronteiriços do arquipélago de forma a que o país possa contribuir de uma forma “positiva” no esforço internacional de combate ao tráfico, seja ela de que tipo for.

“A COMNAC enquanto autoridade nacional tem a responsabilidade de coordenar a luta contra a proliferação das armas ligeiras, bem como desafios a encarar. Nessa tarefa é essencial a troca de informação entre os vários serviços e a melhoria e segurança no espaço CEDEAO”, realçou a ministra.

Entretanto, sublinhou que a mobilidade do mundo da droga impõe que o Estado e todas as forças de segurança se unam para conseguir eficácia na acção que se quer implementar.

Mais do que isso, Marisa Morais adverte: “É preciso que se consigam resultados no controlo e combate a este flagelo e, para isso, não abasta apenas a acção do Estado, é preciso que a sociedade e a família desempenhem o seu papel”.

Neste processo, a ministra sublinhou também que se espera da educação um papel preponderante, uma vez que é na prevenção precoce que se pode impedir e evitar situações que vêm acontecendo no país com a delinquência juvenil.

“É neste âmbito que o plano de acção que hoje se apresentou vai actuar. Existem vários objectivos e um deles é melhorar o quadro de formação das forças de segurança nesta matéria, capacitar o pessoal da Polícia Nacional”, disse, adiantando que o alvo maior deste plano é diminuir a circulação de armas no país.

Para o Comissário da Polícia Nacional e presidente da Comissão da COMNAC, Gilberto Alves, o Plano é um complemento de vários outros projectos neste domínio, que inclui não só a acção da polícia, como acções a nível da educação.

Convidado a falar da realidade do país quanto à circulação de arma, Gilberto Alves adiantou que Cabo Verde, em relação à sub-região africana onde circula cerca de seis a 15 milhões de armas anualmente, tem uma realidade “sui generis”, pois a estimativa de circulação é à volta dos seis mil por ano.

Consta do Plano Nacional a actualização e diagnóstico das necessidades de formação dos agentes de segurança, proporcionar aos oficias de segurança a possibilidade de aplicar as leis e acesso aos conteúdos da Convenção da CEDEAO, entre outros.

Neste atelier de socialização, que se realiza sob o lema “A Segurança: Um Valor e uma Responsabilidade de Todos”, além de se apresentar o Plano Nacional de Acção da COMNAC, pretende-se recolher também subsídios para enriquecer o documento.