Oito semanas de prisão preventiva, quatro das quais em isolamento, para Anders Behring Brivik
Anders Behring Brivik, o suspeito dos dois atentados de sexta-feira na Noruega, vai ser sujeito a oito semanas de prisão preventiva, quatro das quais em completo isolamento. O suspeito foi acusado formalmente de actos de terrorismo.
Durante a audiência no tribunal de Olso, Brivik admitiu os factos sem no entanto se declarar culpado. Afirmou ter a colaboração de "duas outras células" na sua organização e disse querer defender o seu país e a Europa do Islão e do marxismo, declarou à imprensa o juiz Kim Heger.
"O suspeito fez hoje declarações que necessitam de mais investigação, como a afirmação de que teve a colaboração de outras duas células", explicou o juiz.
A acusação pediu o isolamento total do suspeito dado o risco de perda de provas, bem como a complexidade deste caso, explicou o juiz. Brivik ficará assim em completo isolamento até 22 de Agosto, o que significa que não poderá receber visitas ou correspondência nem terá acesso a qualquer meio de comunicação.
A audiência durou cerca de 40 minutos e decorreu à porta fechada, conforme tinha pedido a polícia.
Num manifesto divulgado na Internet, Breivik deixou claro que pretendia fazer da audiência um teatro e, ainda antes de concretizar os ataques, preparou um discurso. Para o mesmo fim, pediu que a audiência fosse aberta e anunciou que estaria uniformizado.
O suspeito usou a explosão e o tiroteio na ilha de Utoya, nos arredores de Oslo, como marketing para o seu manifesto, que apela para uma revolução que liberte a Europa dos muçulmanos, disse.
"Há informações concretas que indicam que uma audiência pública, na presença do suspeito, pode desencadear uma situação extremamente delicada no que respeita ao inquérito e à segurança", explicou o juiz para justificar a sua decisão.