O próximo PR será Jorge Carlos Fonseca ou Manuel Inocêncio?
As urnas vão confirmar amanhã, 21 de Agosto, quem é o homem que os cabo-verdianos querem que seja o próximo presidente da República: Jorge Carlos Fonseca ou Manuel Inocêncio Sousa.
Pela segunda vez na história de Cabo Verde, umas eleições presidenciais vão ter uma segunda volta, após uma campanha eleitoral que decorreu de 11 e 19 de Agosto, com um frente a frente entre Jorge Carlos Fonseca, apoiado pelo MpD (oposição) e o mais votado na primeira volta, e Manuel Inocêncio Sousa, que conta com o apoio do PAICV (partido no Governo).
Jorge Carlos Fonseca, casado, 60 anos de idade, nasceu em 20 de Outubro de 1950, na ilha de São Vicente. É licenciado em Direito e tem mestrado em Ciências Jurídicas. Jurisconsulto e advogado, aos 17 anos militou pela independência de Cabo Verde nas estruturas clandestinas do PAIGC, que abandonou em 1979.
Em 1980, fundou os Círculos Cabo-verdianos para a Democracia e a Liga Nacional dos Direitos Humanos (1980). Foi ministro dos Negócios Estrangeiros do Governo de Carlos Veiga entre 1991 e 1993, mas, em 1998, na sequência da primeira cisão no seio do MpD, deixou este partido, abandonando assim a política partidária activa.
Em 2001, candidatou-se às eleições presidenciais como independente, tendo como principais adversários Carlos Veiga e Pedro Pires.
Manuel Inocêncio Sousa, casado, de 60 anos de idade, casado, é licenciado em engenharia civil e tem mestrado em engenharia sanitária. Em 1974, iniciou a sua carreira política, tendo, em 1986, assumido a liderança do PAICV em São Vicente.
Dois anos mais tarde, torna-se membro do Conselho Nacional desse partido. Em 2001, desempenha as funções de vice-presidente do PAICV. De 1991 a 2000, foi eleito deputado da Nação, sempre por São Vicente.
Em 2001 foi reeleito, mas assumiu o cargo de ministro dos Negócios Estrangeiros, Cooperação e Comunidades. Mais tarde foi chamado a exercer as funções de ministro de Estado e das Infra-estruturas, Transportes e Telecomunicações.
Para chegar ao Palácio do Platô, ao homem que se segue a Pedro Pires bastará uma maioria dos 305.349 eleitores inscritos, sendo 268. 379 no território nacional e 36.970 no estrangeiro, distribuídos em mil 140 mesas de voto (899 no círculo eleitoral nacional e 241 no círculo eleitoral da diáspora).
António Mascarenhas Monteiro foi o primeiro presidente democraticamente eleito em Cabo Verde. A 17 de Fevereiro de 1991, com o apoio do MpD (no poder) seria eleito com 72 por cento dos votos, contra Aristides Pereira (apoiado pelo PAICV).
Cinco anos depois, a 18 de Fevereiro de 1996, Mascarenhas Monteiro, candidato único, seria reeleito com 80.1 por cento dos votos.
Pedro Pires foi o terceiro presidente de Cabo Verde independente e o primeiro eleito numa segunda volta com 49.43 por cento dos votos, deixando para trás Carlos Veiga, com 17 votos de diferença.
Já a 12 de Fevereiro de 2006, Pedro Pires foi proclamado vencedor das eleições presidenciais com 50.98 por cento dos votos contra Carlos Veiga.
Desde a abertura política em 1991, os presidentes da República eleitos por sufrágio directo e universal cumpriram sempre um segundo mandato: Mascarenhas Monteiro de 1991 a 2001 e Pedro Pires de 2001 a 2011.