Mascarados atacam mulheres no interior do Porto Novo

A vida das pessoas em algumas comunidades rurais do concelho do Porto Novo está a ser aterrorizada por mascarados, que têm perpetrado roubos às residências e assaltos às mulheres usando facas para amedrontar as pessoas.

Ailene Lima, residente em Chã de Norte, uma das mulheres atacadas por uma pessoa mascarada está desesperada e angustiada devido ao assalto que foi vitima. E também por se sentir ameaçada e desprotegida. Isto porque essas zonas no interior do Concelho do Porto Novo não têm policiamento. De acordo com Ailene o mascarado ataca, particularmente, as mulheres. No seu caso o assalto aconteceu em Boca de Ribeira e só não houve males maiores porque ela gritou por socorro. O assaltante acabou por fugir deixando para trás uma faca e as roupas usadas no disfarce.

Um grupo de mulheres, desempregadas, chefes de família, de Chã de Norte, decidiu comercializar o pescado, como forma de conseguir o sustento para os seus filhos, mas acabou por abandonar essa actividade por causa dos assaltos praticados pelos mascarados. As mulheres cansadas de serem assaltadas decidiram chamar das autoridades. Num abaixo-assinado exigem as autoridades que capturem os autores dos assaltos.

Famílias de Ribeira da Cruz e Chã de Norte dizem-se também vítimas desses mascarados e pedem a quem de direito para fazerem tudo ao seu alcance para que a tranquilidade volte a essas comunidades.

 As autoridades policiais que garantem estar a investigar o caso com vista a capturar a pessoa ou pessoas que, sob disfarce, estão a aterrorizar as pessoas no interior do Porto Novo.

O mascarado é uma figura que no passado aterrorizava as populações do interior do Porto Novo. Geralmente roubava comida e era alguém da comunidade ou de uma localidade próxima. Por isso usava a mascara para não ser reconhecido e era um horror para as populações isoladas. Manuel Lopes no livro em Flagelados do Vento Leste retrata o mascarado que actuava nos planaltos e ribeiras do Porto Novo. O grupo de teatro Juventude em Marcha também deu a conhecer o mascarado nas suas peças. Mas tudo indica que o mascarado está de volta a realidade do interior do Porto Novo.