José Maria acredita numa coabitação “normal” com Jorge Carlos Fonseca

26-08-2011 19:59

 

Cidade da Praia, 26 Ago (Inforpress) – José Maria Neves, primeiro-ministro de Cabo Verde, garante, num primeiro balanço após as eleições presidenciais, que fará tudo ao seu alcance para “manter” estabilidade política no país e acredita numa “coabitação normal” com o presidente Jorge Carlos Fonseca. 


Em entrevista ao jornal A Semana, dado à estampa hoje, 26, José Maria Neves não se mostra arrependido de nada que aconteceu durante as eleições presidenciais, em que o partido dele apoiou o candidato derrotado Manuel Inocêncio Sousa, mas admite que, se fosse hoje, tomaria alguns cuidados nas suas intervenções para “não introduzir frases que, quando colocadas fora do contexto, criem polémica e celeuma”.

Ao Semana assegura que fará tudo que estiver ao seu alcance para “manter” a estabilidade política no país, embora esteja consciente que este pressuposto não depende exclusivamente dele.  

Quanto à coabitação com o novo presidente da República, Jorge Carlos Fonseca, o primeiro-ministro acredita que será “normal”.

No que concerne ao seu partido, o PAICV, Neves defende que devem ser discutidos e reflectidos os “problemas” que se verificaram durante a campanha e, na eventualidade de um congresso extraordinário, este deverá ser realizado ainda este ano, isto é, “muito antes das eleições autárquicas” do próximo ano.

Em exclusivo ao Semana, José Maria Neves reitera a sua intenção de não se recandidatar ao cargo de primeiro-ministro nas eleições legislativas de 2016, nem de presidente da República.

Relativamente às presidenciais de 21 de Agosto, que ditaram a escolha de Jorge Carlos Fonseca, diz que o “povo sempre escolhe certo e temos de respeitar a escolha dos eleitores”.

“Jorge Carlos Fonseca é o presidente da República  de todos os cabo-verdianos”, declarou José Maria Neves nesta longa entrevista ao semanário A Semana, lembrando que, à luz da Constituição da República, o chefe de Estado exerce os seus poderes e o governo desempenha os dele. 

O chefe do Governo admite que existem alguns dossiês urgentes que vai ter de discutir com Jorge Carlos Fonseca, assim que este tomar posse como o quarto presidente da República de Cabo Verde. Entre estes dossiês está a nomeação do novo Chefe de Estado Maior das Forças Armadas e de novos embaixadores para países com os quais Cabo Verde mantém relações intensas, nomeadamente Portugal, Espanha e França.

Sobre as mudanças das chefias intermédias que havia prometido no início do mandato, o primeiro-ministro renova a sua intenção e afiança que “dentro de pouco” haverá alterações em quase todas as empresas do país e institutos sob tutela sob tutela do Estado.