Guiné-Conacri: Detido antigo chefe do estado-maior após ataque contra Presidente

19-07-2011 23:03

 

 Conacri, 19 jul (Inforpress) - O antigo chefe do estado-maior do exército da Guiné-Conacri general Nouhou Thiam foi hoje detido, após o ataque contra a casa do Presidente Alpha Condé em Conacri, disse a mulher à agência noticiosa francesa AFP. 


«Eles vieram buscar o meu marido à 10:00 TMG [09:00 em Cabo Verde] e desde então está na sede da guarda» em Conacri, declarou a mulher do general Thiam, demitido pelo Presidente pouco depois de Alpha Condé ter tomado posse há sete meses. 
A residência do Presidente da Guiné-Conacri na capital guineense foi atingida por um "rocket" hoje de madrugada, mas Condé não foi ferido, disseram fontes oficiais citadas pela AFP. 
Um soldado da guarda presidencial morreu e dois ficaram feridos no ataque de militares contra a residência de Condé, disseram o ministro-secretário geral da presidência, François Fall, e o ministro da Comunicação e porta-voz do governo, Darus Dialé Doré, à AFP. 
Fall acrescentou que os motivos do ataque são «de momento» desconhecidos. 
Pouco depois do ataque, Condé pediu, na radiotelevisão pública RTG, «calma e vigilância» aos compatriotas. 
Condé é o primeiro Presidente democraticamente eleito da Guiné-Conacri, país que só conheceu, depois da independência em 1958, regimes ditatoriais e militares e cuja história é marcada por golpes de Estado e tentativas de golpes de Estado. 
As eleições legislativas deviam ter sido realizadas seis meses após a posse do Presidente, mas o escrutínio foi adiado porque Condé quer repetir o recenseamento. 
Após a ditadura sanguinária de Sékou Touré, «pai da independência» da Guiné-Conacri em 1958, que terminou com a sua morte em 1984, o general Lansana Conté tomou o poder. 
Logo depois da morte de Conté, em 2008, o capitão Moussa Dadis Camara ocupou o poder até ser derrubado um ano mais tarde. 
Seguiu-se um regime de transição dirigido por um outro militar, o general Sékouba Konaté, que dirigiu o país até à organização das presidenciais ganhas por Alpha Condé.