EUA: Acordo sobre a dívida apenas “adiou” problemas que se deverão agravar – imprensa chinesa

Pequim, 02 Ago (Inforpress) – O acordo sobre a elevação do teto da dívida norte-americana, que terá ainda de ser aprovado pelo Senado, apenas “adiou” os problemas de uma “economia devedora” que se deverão agravar, alerta hoje a imprensa chinesa. 


“Embora os Estados Unidos tenham evitado fundamentalmente o incumprimento, os problemas da sua dívida soberana continuam por resolver”, escreve o Diário do Povo, órgão oficial do Partido Comunista chinês.

O mesmo jornal salienta na sua edição de hoje que “aqueles problemas foram simplesmente adiados e a tendência é que eles se agravem”, considerando que esta situação “lança uma sombra sobre a recuperação da economia americana e gera riscos e preocupações ainda mais importantes para a economia mundial”.

Os Estados Unidos continuam a ser “uma economia devedora” e os riscos de entrar em incumprimento a longo prazo mantêm-se, escreve a agência oficial Nova China.

O acordo apresentado pelo presidente norte-americano Barack Obama na noite de domingo prevê a elevação do teto da dívida em, pelo menos, 2,1 biliões [milhão de milhões] de dólares para 14,3 biliões de dólares, através da poupança de mais de 2,4 biliões de dólares.

A televisão estatal chinesa também criticou na segunda-feira o acordo alcançado entre a Casa Branca e o Congresso, considerando-o mais um “anúncio” do que um acordo de “fundo”.

“Trata-se de um espectáculo político que tem mais um efeito de anúncio do que um acordo de fundo”, afirmou a CCTV.

A China, a segunda economia mundial, é o maior detentor de títulos de dívida do Tesouro americano, com 1.160 mil milhões de dólares (807,4 mil milhões de euros) no mês de Maio, segundo os últimos dados publicados por Washington.

Na semana passada, a imprensa oficial chinesa já tinha alertado para a possibilidade de as tensões em redor da dívida poderem contribuir para a desvalorização do dólar, inflação mundial e para uma recessão mundial.

A Câmara de Representantes norte-americana aceitou na segunda-feira o acordo sobre a dívida alcançado na noite de domingo entre a Casa Branca e os líderes dos democratas e republicanos do Congresso, mas aquele terá ainda de ser submetido hoje à aprovação do Senado.