CPLP/15 anos: Eliminação da pobreza e analfabetismo deve marcar agenda futura
Cidade da Praia, 16 Jul (Inforpress) -A eliminação da pobreza e do analfabetismo são desafios que devem marcar a agenda futura dos países lusófonos, defende o secretário-executivo da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), organização que domingo assinala 15 anos de existência.
"Depois de exercitar em dez anos de existência uma consolidação da sua estrutura interna, é chegado o momento de a CPLP abraçar objectivos globais [...] como a eliminação da fome, do analfabetismo ou de práticas nefastas dirigidas à mulher e à criança", defendeu Domingos Simões Pereira.
O secretário-executivo, que falava à Agência Lusa a propósito dos 15 anos da organização, considerou que "o potencial económico" dos oito Estados lusófonos - Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste - permite a partilha de "bons exemplos, projectos e programas que possam enfrentar o desafio da eliminação da fome".
"Acho que é esta que tem que ser a agenda próxima da CPLP. Não é aceitável que Estados como os nossos, que têm tudo, continuem a ter as percentagens que têm de analfabetismo e de falta de acesso aos cuidados básicos de saúde, por exemplo", disse.
Para Domingos Simões Pereira, os esforços que estão a ser feitos pelas estruturas da sociedade ao nível dos Estados e os avanços já conseguidos a nível oficial "devem permitir fixar grandes metas" nestes domínios.
"Quinze anos volvidos, a CPLP está muito bem preparada para propor um salto qualitativo, objectivos globais que sigam os Objectivos de Desenvolvimento do Milénio (ODM), mas puxando para a organização metas concretas da sua implementação", considerou.
Domingos Simões Pereira referiu que "há vontade política" e que a organização já é conhecida o bastante junto das instâncias internacionais, faltando "assumir o desafio" de colocar essas metas e de as cumprir.
O secretário-executivo da CPLP defendeu ainda a necessidade de "abrir" a organização à comunidade, algo que afirma estar a acontecer ao nível da sociedade civil, mas que deverá fazer-se também ao nível da estrutura executiva.
"É preciso que o órgão executivo da CPLP também se abra à comunidade, que este espaço deixe de ser um conjunto de gabinetes de trabalho para um x número de elementos, mas possa também ser um espaço de intercâmbio e de partilha de contactos", adiantou.
Para a concretização deste objectivo, Domingos Simões Pereira quer uma nova sede para a CPLP, que integre uma biblioteca e um auditório que possa acolher iniciativas como conferências, lançamento de livros ou encontros com representantes dos países membros que se desloquem a Lisboa.
O secretário-executivo equaciona igualmente a criação de um canal multimédia da CPLP que serviria numa fase inicial para a partilha de conteúdos, evoluindo depois para um meio onde fosse "possível retratar o que se passa" em cada país membro da organização.
"Para tudo isso, achamos que uma nova sede é importante. Temos discutido isso com as autoridades portuguesas e estamos convencidos de estarmos muito próximos de resolver esse assunto