Civismo e boa música no último dia de "Badja ku Sol"
Eram quase 21h00 quando a terceira edição do Festival "Badja ku Sol" chegou ao fim. Depois de dois dias de muita música e animação, a organização fez um balanço positivo e elogiou o civismo dos praienses. Ferro Gaita e Cordas do Sol protagonizaram um dos momentos mais especiais do festival com a actuação conjunta. Mas ontem, Nelson Freitas e Cabo Snoop foram os mais aplaudidos do dia.
O segundo dia do Badja ku Sol começou literalmente com sol, em pleno meio-dia, com a actuação de jovens artistas locais. No início da tarde foi a vez da Isa Pereira com os Rapaz 100 Juiz subirem em palco. Uma combinação inovadora que deixou o público satisfeito.
O calor manteve o ambiente aquecido no recinto do festival. A tarde foi dos Ferro Gaita, que juntamente com os Cordas de Sol protagonizaram um dos momentos mais especiais deste festival. As duas maiores bandas cabo-verdianas da actualidade juntaram-se em palco e cantaram dois sucessos - Tereza, em badio, e Linga de Sintanton, em "sampadjudu". E o público adorou. No final Arlindo, dos Cordas do Sol, deixou em aberto a possibilidade do colectivo de S. Antão vir a gravar um trabalho com os Ferro Gaita. Iduino, dos Ferro Gaita, concorda mas revela que não foi muito fácil cantar em "sampadjudu".
Ziggy Recado, vindo directamente da Holanda, foi o convidado internacional do festival. O cantor interpretou vários temas, falando do ambiente, mas também do amor, tudo dentro do reggae. Acompanhado por uma banda ao vivo, Ziggy puxou pela plateia que nem sempre esteve receptiva. No final o cantor mostrou-se satisfeito, na mesma, com a reacção dos cabo-verdianos e salientou que a língua poderá ter sido uma barreira.
O evento prosseguiu com a actuação de Nelson Freitas e os Young Livity. O cabo-verdiano surpreendeu com uma actuação onde a interacção com o público esteve em alta. Uma fã emocionada subiu ao palco e até recebeu dois beijinhos do cantor, fica ainda mais corada do que já estava. Vários sucessos foram interpretados pelo artista que revelou que este público o fez sentir-se como Michael Jackson.
O encerramento ficou ao cargo de Cabo Snoop. Enquanto o angolano esteve em palco dançou sem parar. E o público dançou também ao ritmo do Windeck. Cabo Snoop afirmou no final que Cabo Verde "kuia" e mostrou-se surpreendido com a reacção do público: "Não sabia que as pessoas gostavam tanto". Mas afinal o que é "windeck"? Esta foi uma pergunta que se ouviu no meio do público. " Windeck é uma palavra inventada para dizer que algo é negativo, por exemplo, roubar é windeck".
Organização faz balanço positivo
"É cansativo, mas é um orgulho muito grande (organizar o "Badja ku Sol" )", afirmou em declarações a imprensa Mário Russo, director comercial da Cavibel. O responsável salientou ainda o civismo por parte do público como um dos pontos mais positivos do evento. Não precisando quantos litros de cerveja foram consumidos no festival, Mário Russo explicou que esse facto era um dos menos importantes do festival.
O final de noite prosseguiu na tenda electrónica em frente ao antigo Hotel Marisol, onde apesar de ser domingo à noite não faltou público.