Brava voltou a tremer esta madrugada

24-08-2005 01:08

 

Cidade de Nova Sintra, 11 Ago (Inforpress) – A ilha da Brava voltou a tremer por volta das 2:00 desta quinta-feira, tendo o tremor durado cerca de um minuto, apesar de intenso. 

Diversas pessoas contactadas esta manhã pela Inforpress confirmaram ter sentido o tremor de terra, mas acham que foi muito rápido. "Mas foi intenso", garantiram, acrescentando que não houve pânico, uma vez que já estão acostumados com esse fenómeno. 

De todo o modo, a actividade sísmica da Brava preocupa a sua população e as autoridades locais. Este ano, no mês de Março, a ilha foi abalada por pequenos tremores de terra, mas sem quaisquer consequências de maior.

Na altura, uma habitante de Nova Sinta, Helga Gonçalves, disse à Inforpress que, durante a madrugada, apenas ouviu as pessoas a falarem sobre o tremor de terra. Mas depois de acordar, assegurou ter sentido ela própria a terra a tremer, “provocando mesmo pânico em casa”.

Nas suas declarações, deixou claro que a mãe Geovavina Gonçalves passara inclusive por alguns momentos de aflição, pelo que tiveram que sair à rua com medo de que o pior acontecesse.

Como é sabido, a Brava "não está em condições para enfrentar uma situação de catástrofe", disse, em entrevista à Inforpress, em Maio último, o responsável pela Protecção Civil da Brava, Emanuel da Veiga, para quem é preocupante esse facto, pois, em caso de uma emergência, em situação de uma catástrofe ou mesmo de incêndio, a Brava não tem condições para dar resposta.

De acordo com Emanuel da Veiga, os serviços locais de protecção civil não dispõem de um plano de acção nem de evacuação de pessoas em caso de problemas graves na ilha.

Apesar de a protecção civil dispor de uma base equipada na ilha, realçou que ela praticamente não funciona porque falta-lhe recursos humanos, o que faz com que, desde logo, ela não esteja preparada se for chamada a actuar.

“Infelizmente não temos um plano traçado em caso de algum problema e, além do mais, é preciso que os responsáveis pela protecção civil na sede, na Cidade da Praia, criem condições para que possamos trabalhar, sobretudo com maiores recursos”.

Emanuel da Veiga fez uma chamada de atenção em referência particular ao período das festas e das chuvas, porque elevam os factores de risco numa ilha onde não existe sequer um corpo de bombeiros. O projecto para a constituição de um corpo local com 12 voluntários parou por falta de disponibilidade de recursos humanos.

O presidente da Câmara Municipal da Brava, Camilo Gonçalves, admitiu à Inforpress, nessa altura, que a realidade era essa, mas que a edilidade não está indiferente à questão. 

“A base da protecção civil na ilha Brava é minimamente equipada e não teria capacidade para dar resposta a uma situação de catástrofe”, sublinhou o autarca, apontando contudo, que tem estado a trabalhar conjuntamente com os responsáveis do sector, a nível naciona,l no sentido de se vir a dotar a ilha de melhores condições de segurança.

Camilo Gonçalves lembrou, no entanto, que se tem vindo a fazer alguma coisa mais. “De momento temos já instalado alguns sismógrafos que permitem monitorizar por exemplo os sismos, na ilha”, frisou.

No que concerne à implantação de bombeiros na Brava, o autarca explica que ainda não há condições para se avançar com a criação de um corpo de bombeiros, porque, além de recursos humanos, são também precisos materiais e a Câmara não dispõe neste momento, desses meios.

Reconhece entretanto, que é prioritário a criação de condições de evacuação, formação de bombeiros e aquisição de equipamentos para que a população esteja mais segura.