Brava: Imigrante italiano investe na área de hotelaria
Marco Giandinoto resolveu investir na Brava porque a ilha não está explorada a nível do turismo e porque acredita no futuro desse sector localmente, principalmente “num turismo rural”.
É que na Brava, na sua opinião, não existe outra coisa em quê investir. Como não há hotéis em condições em toda a ilha, “porque todos os turistas reclamam das pensões em que ficam hospedados”, Marco Giandinoto acredita que o seu projecto poderá dar certo.
Contudo, diz ser muito dispendioso construir um hotel na ilha. Os comerciantes não têm materiais mais em conta, porque são obrigados a dirigir-se ao Fogo para fazer compras e transportar as cargas até a Brava, o que fica mais caro, mas está convicto de que terá retorno a longo prazo.
Este empresário, que já vive na Brava há cerca de dois anos e meio, chegou a Cabo Verde, pela primeira vez, em 2001 para passar férias na ilha e conheceu a sua esposa, o que o levou a pensar em ficar por estas paragens.
“Vivo bem na ilha. Apesar dos problemas, tudo se vai resolvendo”, confessa, ao recordar que, no princípio, teve que se habituar devagar já que vinha de uma cidade movimentada para um lugar muito calmo e que, “de vez em quando, tem os tremores”.
Além disso, pensa que, ainda, há muito por fazer em termos de desenvolvimento na Brava, mas “pouco a pouco” está-se desenvolvendo.
Reconhece que, neste momento, estão a arranjar as estradas, mas acredita que existem coisas mais importantes para reparar na ilha, como o hospital, do que a estrada ou o campo de futebol. “Não acho justo, mas se foi para essas obras que acharam financiamento...”, diz.
Em relação à chegada do “Kriola”, no princípio ficou “prejudicado no trabalho porque, a nível de materiais, o Kriola cobra mais caro do que os outros barcos, mas para transportar passageiros é melhor e traz mais turistas para a ilha”.
A par do investimento que está a fazer na Brava, Marco Giandinoto quer promover a Brava na Itália, “porque muitos italianos não conhecem a ilha. Só frequentam as ilhas do Sal e da Boa Vista e nem sabem onde fica Brava”.
Marco Agostino Giandinoto nasceu em Turim e é filho de comerciantes que se dedicavam à hotelaria. Depois de se casar com a bravense, passou a trabalhar com um tio na área de turismo na Itália.
Durante algum tempo, passavam seis meses na Itália e seis meses em Cabo Verde. Há aproximadamente dois anos e meio, ele e a esposa resolveram viver na Brava definitivamente.