Brava: Peixeiras descontentes com a Câmara Municipal local

22-09-2011 22:04

 

 

Cidade de Nova Sintra, 22 Set (Inforpress) – Algumas peixeiras da Brava estão descontentes com a Câmara Municipal da ilha porque dizem que não existe lugar para vender o seu pescado e os fiscais retiram os seus produtos quando as encontram na rua. 

As peixeiras queixam-se da falta de um mercado adequado para a venda de peixe, já que o mercado destinado às peixeiras está ocupado por comerciantes de roupas e outros produtos.

Adilson da Lomba é um vendedor de peixe que disse à Inforpress que, na última sexta-feira por exemplo, quando andava com o seu pescado na cabeça foi abordado por um fiscal que lhe ordenou que fosse responder na Câmara Municipal.
 
“Quando lá cheguei perguntaram-me onde estava o meu pescado e eu respondi que tinha deixado num lugar e ordenaram-me que o fosse buscar”, contou.

Ao regressar com o seu pescado e com a balança, foi-lhe retirado tudo pelos fiscais que prometeram devolver as coisas se pagasse mil escudos de multa.

Segundo afirmou, informaram-lhe que não pode vender o pescado na rua e que deveria dirigir-se para o mercado ao que respondeu que aquele lugar não tem condições para todas as peixeiras venderem os seus peixes.

No seu duizer, não negam um mercado para vender o peixe, mas um lugar com condições. “Eu sou um homem que trabalha para sustentar o meu filho com o peixe na cabeça e retiraram o meu peixe e não me senti nada bem”, lamentou.

Maria Meireles é outra vendedeira que denunciou a apreensão do seu peixe logo à chegada na cidade de Nova Sintra, no mesmo dia. "Fomos abordados por fiscais que disseram que devíamos ir responder na Câmara Municipal", lembra.

“Retiraram os peixes às vendedeiras para ir entregar na Cruz Vermelha, enquanto as peixeiras da Praia, que se encontravam no local, ficaram com os seus pescados”, acusa Maria Meireles.

Explica que se forem colocar o peixe apenas no mercado não vendem, porque não há saída. É que, no mercado, existem pessoas com roupas e assim que “chegamos lá dizem que estamos a invadir o lugar de moscas”.

A Inforpress falou com o presidente Camilo Gonçalves, para informou que Nova Sintra dispõe de dois mercados, mas que tendencialmente as vendedeiras têm alguma resistência em ocupar os mercados, o que faz com que eles sejam ocupados por outras pessoas designadamente aquelas que vendem carnes e roupas.

A proposta agora é construir ou recuperar o mercado existente com maiores condições, mas a Câmara Municipal está à espera de financiamento para tal, assegurou o edil.

No entanto, admitiu Camilo Gonçalves, devido ao facto do mercado não reunir todas as condições, a “Câmara é tolerante com as vendas de peixes na rua”.

Mas vai dizendo que a população tem vindo a reclamar porque as vendedeiras se concentram num ponto específico que fica próximo de uma residencial e onde as pessoas se sentam para conversar e muitas vezes fica um cheiro nauseabundo.

“Por isso, pedimos às peixeiras que circulem para vender o pescado nas residências e quando ficam numa zona concentrada os fiscais não permitem e retiram-lhes os produtos”, esclareceu Camilo Gonçalves, dizendo que “não se pode ser demasiadamente exigente, mas cabe à Câmara zelar pela saúde pública, então há que haver colaboração de ambas as partes”.