António Veiga um deportado bem sucedido

27-10-2011 00:14

 

Cidade de Nova Sintra, 27 Out (Bravanews) – As vezes as fatalidades da vida, podem provocar desanimo, resignação e desmotivação em seres humanos. Mas não foi o caso de António Veiga.

As instituições publicas e privadas tem financiado projectos geradoras de rendimento e no caso em concreto, tudo mudou na vida de Veiga, graças a Organização das Mulheres de Cabo Verde (OMCV), que lhe financiou um projecto de montagem de um bar restaurante.

No projecto inicial, Antonio pensou em ter um espaço de lazer e convívio, algo que falta na ilha, mas depois entendeu que seria mais viável abrir um bar/ restaurante, servindo, inclusive ao domicilio, num sistema americano de “delivery”.

Merecedor da confiança da OMCV, este bravense que fez sua infância e juventude nos EUA, ganhou simpatia de muitas pessoas e tem vindo a prosperar no seu negócio.

O micro-credito concedido pela OMCV, através do projecto apresentado ao Gabinete de Atendimento Personalizado (GAP), foi de 80 contos.

 “Antes de eu colocar um espaço lúdico aqui, este lugar era um restaurante e o dono fazia pizzas, mas só que ele foi embora e a ilha Brava ficou sem alguém que fazia pizzas para vender nos restaurantes, então resolvi começar a fazer”, frisou António Veiga.

Segundo este micro-empresario, a procura de pessoas tem sido razoável, e o que os clientes mais procuram é a pizza, sendo que antes pediam  para levar a casa, mas agora deslocam ao espaço para desfrutarem de diferentes sabores.

Veiga tem sido mais um caso de sucesso de cidadãos bravenses que são deportados dos EUA, pois lembra que deixou a ilha quando tinha 4 anos de idade e regressou ha 13 anos, contava na altura 22, motivado pelo facto de envolver em briga com policiais.

Apesar de ter familiares ca “era como não tivesse”, pois contou com poucos apoios, nem mesmo apoio moral.

Muitos deportados têm queixado de descriminação e Veiga, disse que sentiu também o peso da segregação, mas neste momento as coisas melhoraram bastante, tendo em conta que as pessoas da ilha ja estão com outra mentalidade. Mas queixa, defendendo outras colegas, pois disse que sempre que algo acontece na Brava, “as primeiras pessoas que são investigadas são os deportados”.

O consumo de álcool é o maior problema dos deportados na Brava, alega Veiga, pois entende que sem nada para ocupar o tempo acabam por cair no vicio e no desanimo.

A mulher e um filho é companhia preferida de Veiga e é nesta Cidade de Nova Sintra que abriu o seu negocio e juntamente com a mulher vai gerindo-a e sustentando a família.