Estado da Nação: Apesar da crise, Cabo Verde está num bom momento - PM

29-07-2011 13:57

Cidade da Praia, 29 Jul (Inforpress) – Cabo Verde “está num bom momento”, garantiu, hoje, aos deputados e à Nação, o primeiro-ministro (PM), José Maria Neves, no seu discurso de abertura do debate sobre o Estado da Nação. 


Segundo o chefe do Executivo, “temos motivos combinados para estarmos satisfeitos e orgulhosos com o desempenho global de Cabo Verde”, que está cada vez mais democrático, cada vez mais moderno e mais desenvolvido”. 

Enquanto “país mais estável e bem gerido da África”, o PM assegurou que Cabo Verde está a cumprir os Objectivos do Desenvolvimento do Milénio e, “surpreendentemente, apesar da mais profunda crise internacional dos últimos 75 anos, (…) estamos a crescer a 5.6 por cento”. 

Com base em indicadores que apontam “para a mesma tendência de crescimento económico e de desenvolvimento social no primeiro semestre de 2011”, nos mais diversos sectores, José Maria Neves garantiu que os efeitos nefastos do aumento dos preços internacionais “não agravaram dramaticamente a nossa inflacção interna senão na ordem de 2.1%

Para o PM, a luta contra a pobreza está a ser “um grande sucesso”, graças às políticas sociais de habitação social, actividades geradoras de rendimento, água e saneamento, educação e formação, a par do apoio institucional e do micro-crédito, pese embora o “muito que nos falta fazer para debelarmos definitivamente a pobreza em Cabo Verde”.

Na convicção de que há um clima de confiança no futuro e na capacidade nacional para identificar mais oportunidades para a melhoria das condições de vida das populações, José Maria Neves avisou que “não há má vontade política que consiga inverter” essa realidade, "nem propaganda da maledicência" que possa “ofuscar” a verdade dos ganhos do desenvolvimento das ilhas. 

O PM reconheceu, contudo, que não basta ter tudo isso e a demanda é pela qualidade. “Trata-se de fazer mais e melhor” em todos os sectores, vaticinou o PM, que deseja melhores respostas e mais-valias reais para o desenvolvimento do país.

O grande desafio, segundo José Maria Neves, consiste no “aumento da dinâmica de transformação e da modernização” das ilhas, o que exige mais empreendedorismo, mais ousadia e mais agilidade na criação e no aproveitamento de oportunidades, tanto por parte do Governo, como dos municípios e da sociedade.

Numa referência às contas públicas, o PM é peremptório: “o Estado da Nação é de boas contas”, porque "justificadas, transparentes e coerentes", com um forte empenho da governação para o controlo das contas públicas.

E o défice orçamental, fez saber, situou-se em 10.9 por cento, “muito abaixo dos 13.6 por cento programados no Orçamento para 2010”, em virtude do aumento das despesas de investimentos, principalmente nas infra-estruturas, “que são fundamentais para a construção da competitividade nacional de longo prazo”.

José Maria Neves assinalou, igualmente, que o país continua a financiar-se com juros inferiores a dois por cento, “um défice coerente e aceitável”, numa Nação cujo estado é de “credibilidade e accountabilitty” e onde o sistema financeiro continua “estável” e a crescer “de forma responsável”, porque as receitas fiscais aumentaram.

Tudo porque, reiterou o PM, este Governo “tem sido de soluções e de resultados”, ainda que a braços com enormes desafios, sendo que a energia e a água têm vindo a beneficiar de enormes esforços do Governo, a ponto de anunciar “dias contados” para os apagões, em virtude dos investimentos realizados no sector também em quatro parques eólicos e energias solar e renováveis.

A segurança interna, no dizer de José Maria Neves, tem merecido a atenção do Executivo rumo à tolerância zero em todo o país e com mais segurança pública e dos cidadãos, assim como têm sido tomadas medidas para fazer face à crise internacional, estando outras a caminho para não agravar a tendência da degradação do poder de compra dos cabo-verdianos e “sem abandonar o aumento da qualidade de vida das pessoas”.

A meta é o homem cabo-verdiano, o maior trunfo do país, porque “o Estado da Nação é a emergência do futuro”, que exige “novas respostas, outras abordagens, novos pactos de acção conjunta a que são convocados todos”, concluiu o PM.