Ave em via de extinção “tchota-de-cana” ainda existe na ilha

08-07-2012 09:25

 

CiAve em via de extinção “tchota-de-cana” ainda existe na ilhadade de Nova Sintra, 08 Jul (Bravanews) – A “tchota-de-cana”, uma ave em vias de extinção em todo o arquipélago de Cabo Verde, ainda, existe na ilha Brava, confirmou à Bravanews a técnica da delegação do Ministério do Desenvolvimento Rural (MDR).

 

Sezinanda Martins disse ter descoberto que, “ainda, existe “tchota-de-cana” na Brava quando se pensava que essa ave já tinha deixado de existir na ilha.

 


Segundo informações existentes anteriormente, a Brava, como disse Sezinanda Martins, contava como aves endémicas a “tchota-de-cana”  e a passarinha. Todavia, garante, que a “tchota-de-cana” dada como extinta, ainda vive na ilha.

 


Admite que a “tchota-de-cana” existe em menor número devido às condições e ao ambiente onde estava que mudou, uma vez que ficou mais seco e com menos árvores.



Na zona de Ferreiros, “encontramos algumas “tchota-de-cana” devido às boas condições que a zona apresenta com muita água e árvores fruteiras, revela a técnica do MDR.

 


De acordo com um trabalho realizado por alguns técnicos para o “Livro de aves de Cabo Verde”, recorda Sezinanda Martins, disseram que a ave já não existia na ilha. Só que passeando pela zona de Ferreiros, “constatei a existência de alguns”, assegura.

 


A técnica da MDR diz que, para preservar as poucas “tchotas-de-cana” que, ainda, existem na ilha “é preciso fazer com que os pastores criem os seus animais em lugares fechados e que não se retirem as árvores plantadas nas campanhas de florestação”, porque se não existirem árvores para fazer ninhos, elas acabarão por desaparecer de vez.

 


“É preciso criar condições para que as poucas aves que, ainda, existem possam sobreviver”, defendeu convicta de que é preciso “sensibilizar as pessoas para não as matarem para comer, bem como sobre a necessidade de se fazer mais florestação, devendo os criadores criar os seus animais nos currais”.

 

Sezinanda Martins vai dizendo que a florestação é difícil de se realizar na Brava, uma vez que, praticamente, o Estado não dispõe de terrenos na ilha.

 

Estes, explica, na sua maioria, são privados e isso faz com que a florestação seja difícil já que, quase sempre, são de emigrantes e os procuradores não se interessam em trabalhar as terras.

 


A acrocephalus brevipennis, “tchota-de-cana” é uma espécie endémica que foi considerada extinta pela 1ª Lista Vermelha de Cabo Verde, mas foi reencontrada na área do Parque Natural Monte Gordo. A sua localização é restrita a áreas arbustivas, especialmente onde se encontram populações de arundo donax, o conhecido cariço.

 


A “tchota-de-cana” nidifica entre os caules do cariço ou da cana-de-açúcar, além de árvores e arbustos de vários tipos.

 


Manuel Barbosa, também técnico do MDR, disse à Bravanews que, para além das aves endémicas, a Brava também dispõe de plantas endémicas que devem ser preservadas, como é o caso da saralha.

 



Segundo o técnico, “ainda existe em boa quantidade mas, se os pastores continuarem com a política de deixar os animais à solta, essa planta vai acabar por extinguir-se”.